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Dez anos depois, licoes do estouro da bolha da Internet: as lições que podemos aprender com a crise



Entre outros fatores apontados para o estouro da bolha, estiveram ainda os altos gastos para a transição para a virada do milênio: uma vez que as empresas já possuiam os equipamentos necessários, elas pararam de gastar com eles. Por fim, tiveram também os maus resultados das varejistas online na temporada de Natal de 1999 e que foram divulgados somente em março, apontando que muitos cases não eram tão atrativos quanto mostrados inicialmente.




Dez anos depois, licoes do estouro da bolha da Internet



Em terra firme, Pierre se descobriu como empreendedor serial. Primeiro, aprendeu a programar e fundou o Zeek!, que chegou a ser um dos maiores sites de busca do fim dos anos 1990, quando o Google nem de longe era o que é hoje. Em seguida, criou a Ideia.com, uma incubadora de negócios que ele deixou após o estouro da bolha da internet, no comecinho dos anos 2000.


A onda só quebrou em fevereiro de 1637, da mesma forma como subiu: de repente e sem muita explicação lógica. A principal teoria para o estouro da bolha das tulipas é simples: o mercado se tornou tão atrativo que muita gente sem qualquer conhecimento sobre tulipas tentou surfar a onda para ganhar um dinheiro. A partir de um certo momento, o equilíbrio se perdeu: havia muita flor e bulbo para pouco comprador. Em quatro dias, estima-se que os valores despencaram 90%.


Toda bolha tem sempre duas ações: o inflar e o estourar, o subir e o descer, o crescer e o cair. As primeiras empresas de internet da história só valeram muito dinheiro durante um curto período de tempo, ali no começo dos anos 2000, por razões que nada têm a ver com tecnologia. Para entendê-las, voltemos a 2 de setembro de 1945, quando um humilhado ministro de relações exteriores, Mamoru Shigemitsu, assinou formalmente a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial. O imperador Hirohito já tinha anunciado a rendição quinze dias antes.


O plano deu tão certo que, a partir da década de 1960, o Japão já estava concorrendo com os EUA em setores como eletroeletrônicos e automóveis. Criou-se uma tensão entre os dois países: para os EUA, a recuperação fantástica era boa em termos geopolíticos, mas ruim em termos econômicos. A tensão foi resolvida no Acordo Plaza, assinado em 1985. Nele, o Japão concordava com medidas para aumentar o valor do iene na comparação com o dólar. Foram três as principais: desregulamentação para incentivar o setor privado, afrouxar a política monetária e reduzir o déficit do governo como forma de reduzir o tamanho econômico do estado. Em suma: menos regras. Essas benesses deram impulso a uma onda cujos resultados o Japão só veria cinco anos depois: criou-se uma bolha imobiliária e de investimentos que, ao estourar em 1992, colocou a economia local em estagnação. A gente pode estar acostumado com economia em estagnação, mas o Japão não sabia o que era isso depois de décadas de alto crescimento desde o início do seu processo de reconstrução ao fim da Segunda Guerra Mundial. O importante para lembrar agora é isso: a redução nas regulamentações do Acordo Plaza desaguou na crise.


A Aol fazia um enorme sucesso nos EUA e acabou copiada no mundo todo. No Brasil, um grupo foi destacado no jornal Folha de S.Paulo para estudar o modelo e replicá-lo no Brasil. Como América era pouco, o nome do novo empreendimento foi definido em Universo Online (Uol). Na Editora Abril (quando a Abril existia e tinha importância fora dos tribunais trabalhistas), como não tinha mais universo para botar no nome, restou um Brasil Online, o Bol3. No Brasil, a Aol chegou em 1997 de salto alto e pagando muito para roubar profissionais de outras empresas. Nunca engatou e fechou sete anos depois, com a bolha já estourada.


Meu ponto sobre a Aol é que a liderança da internet parecia fato consumado. Em 1998, a Aol comprou a Netscape por US$ 4,2 bilhões. O navegador vinha sofrendo com a concorrência da Microsoft. Esse é o momento em que a história da bolha se conecta ao processo antitruste que a Microsoft sofreu no fim dos anos 1990. O Netscape só perdeu participação de mercado porque a Microsoft incluiu o Internet Explorer no Windows e usou seu domínio no setor de sistemas operacionais para esmagar um rival menor de outro setor.


Com a Netscape, a liderança era tão folgada, o cofre estava tão recheado e o futuro parecia tão brilhante que os executivos resolveram, simplesmente, comprar a Time Warner, na época o maior conglomerado de mídia do mundo. No dia do anúncio da fusão, a nova empresa valia quase US$ 250 bilhões. Sem qualquer sinergia (esse termo que o mercado adora), a fusão se tornou uma das piores da história. Dois anos depois, o valor de mercado de ambas já tinha caído pela metade. Claro, a história tem incompetência em volumes atacadistas, mas há um inegável timing errado que também ajuda a explicar. Dois meses depois da fusão, a bolha estourou.


A bem da verdade, não foi um estouro da bolha. Ela foi desinflando em alguns estágios. A primeira estocada foi em março de 2000. O Federal Reserve anunciou que aumentaria as taxas de juros ao mesmo tempo em que o Japão anunciou que estava entrando em recessão. As duas notícias começaram a secar a fonte de investimento e colocaram um pouco de medo nos investidores. Sem aquele rio de dinheiro, foi possível ver que a maioria dos negócios não pararia de pé.


Tivemos, claro, exceções. Uma das empresas fundadas e que abriu capital naquela época também sofreu o baque: no ápice, as ações da Amazon valiam US$ 106. Com o estouro da bolha e os ataques do 11 de setembro, o papel chegou a valer US$ 6. Aí entra o long game: desde a primeira carta para acionistas da história da Amazon, Jeff Bezos repetia que ia reinvestir todo o lucro na operação para construir um negócio sustentável em longo prazo. Alguns investidores compraram a ideia. Hoje, cada ação da Amazon vale US$ 3 mil.


O que a história nos ensina (de novo, o livro do Quinn e Turner é excelente para dar esse panorama): é inevitável que alguma outra bolha aconteça. O governo Donald Trump promoveu também enormes desregulamentações e desmontou formas de controle do mercado financeiro. No Brasil, Jair Bolsonaro talvez até se preocupasse com isso se não gastasse tanto tempo prejudicando o combate à pandemia e planejando golpe de estado. O que ainda não está claro é ao redor do que essa bolha vai se formar. Já foi tulipa, já foi imóveis japoneses, já foi ações de empresas de internet.


A segunda dúvida: existe alguma chance de estarmos entrando ou já em uma nova bolha de internet? Por enquanto, a resposta mais simples é não. Em 2007 fez sucesso uma paródia (acima) alegando que a próxima bolha da internet estava vindo. Os fatos que a música-chiclete previam, porém, não se concretizaram. Google, Facebook, Amazon, Apple, Microsoft, Netflix, Alibaba, Tencent e Tesla4 revelaram negócios parrudos financeiramente. Existe não apenas receita e lucro suficientes para justificar o valor de mercado, mas também espaço para que esses dois critérios continuem subindo pelos próximos anos. A nuvem do antitruste que paira cada vez maior sobre a Big Tech (o governo Biden indicou Tim Wu e Lina Khan para lidar com monopólios de base tecnológica) pode significar um pequeno soluço nesse crescimento, mas é improvável que essas empresas deixem de faturar uma caixa forte do Tio Patinhas todo trimestre.


A empresa é um exemplo de marca que nasceu na internet oferecendo serviços puramente online, mas que expandiu para outras atividades após sobreviver à temida bolha dos anos 2000. A seguir, confira tudo a respeito da história da Amazon.


Em 2000, ocorre o estouro da bolha da internet, quando os investimentos em empresas online eram tão altos e irreais que quebraram a bolsa de Nova York e derrubaram os preços das ações de um dia para o outro. Muitas marcas deixaram de existir ou nunca se recuperaram, e as ações da Amazon caíram de 100 dólares para 6 dólares. Muita gente da equipe foi demitida.


A Amazon sobrevive, mas com várias sequelas. E continuar operando foi importante, porque depois dessa bolha ela decolou ainda mais. A bolha da internet dos anos 2000 ainda terá um vídeo só para ela.


Mas, com o passar dos anos e com o sucesso dos computadores e internet na década de 90, o e-commerce começou a ganhar cada vez mais espaço também em países menos desenvolvidos. Assim, em 1996 surgiram os primeiros registros de loja virtual no Brasil.


A história do e-commerce no país é bem recente, porém, nos primeiros anos, ainda na década de 90 os telefones e computadores não eram comuns entre os brasileiros. Dessa forma, pode se dizer que o sucesso da transação eletrônica se deu a partir do século XXI, com a internet discada.


Mas, apenas dois anos depois, em 2001, ferramentas de busca como o Cadê, Yahoo, Altavista e o Google já abrigavam banners de lojas online. Neste ano, o varejo digital movimentou cerca de R$ 550 milhões no Brasil.


Apenas dois anos depois, os números do e-commerce no Brasil dobraram! Isso porque, quase uma década depois da história do e-commerce começar por aqui, em 2005, a modalidade alcançou R$ 2,5 bilhões de vendas com um total de 4,6 milhões de consumidores totalmente online.


Um dos pontos mais relevantes na história da NASDAQ foi durante a chamada Bolha da Internet, ou Bolha Ponto Com, dos anos 2000. Essa bolha especulativa que começou a surgir nos anos de 1994 e que fez com que as cotações das empresas de tecnologia de capital aberto sofressem uma alta muito expressiva.


O estouro da bolha das empresas de tecnologia, com o fim da expectativa de novas altas no preço, fez com que o principal índice da NASDAQ caisse mais de 75% entre o 2000 e 2002. Isso fora todas as empresas do ramo que tiveram que declarar falência nesse mesmo período.


Em 2007, a NASDAQ ainda estava caminhando para tentar recuperar a queda expressiva após a bolha da internet. Mesmo quase 8 anos depois do estouro da bolha, em 2008 a pontuação da NASDAQ ainda estava em 2700, muito abaixo dos 5000 pontos do auge atingido antes do estouro. 2ff7e9595c


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